06 setembro, 2016

É na adversidade que se conhece a pessoa

Desde Março que levei uma chapada da vida. Março mostrou-me que podemos passar de um mundo com fundações forjadas aço para um mundo em que á mais pequena brisa tudo pode mudar e fazer-nos sofrer. Carrego um fardo comigo, no entanto é na adversidade que a pessoa se conhece realmente, e no meio de tanta confusão tanta coisa a desabar, consegui a encontrar a força suficiente para me segurar.
Após ter receber a noticia que por pouco ia perdendo o herói da minha vida, aquele pilar, que sempre julguei ser imbatível, que nenhuma doença lhe poderia chegar perto, uma muralha que nada derrubaria, de repente o que de maior ele tem pregou-lhe uma partida, o coração, e derrubou-o.
Precisei de força para lhe dar, precisei todos os dias de uma força que não tinha para me segurar a mim, mas todos os dias lhe tentei e tento dar, com a certeza que tudo se iria compor.
Não passa muito tempo depois deste susto, para a vida me pregar outro. O meu pai numa triste manhã aparece para me dizer que o meu irmão teve um acidente com um autocarro e não sabe como ele está….tudo ruiu, nada sobrava naquele momento. Que haveria eu de pensar, que estava bem? Sabendo que quase todos aqueles acidentes acabam da mesma maneira. Á pressa sai de casa e fui para o local do acidente, apenas para saber pelo caminho que ele estava encarcerado e que o estariam a tirar do carro. Não consigo chegar o sitio do acidente. Vou para o Hospital. A muito custo lá consigo ir vê-lo. Ferido grave com a parte esquerda do corpo completamente ferida a aguardar uma cirurgia de urgência para recompor tudo o que estava errado.
Nada, nem ninguém me poderiam ter preparado para isto, foi aquele murro no estomago em que a dor não passa. Preocupada com o meu irmão, nervosa e preocupada com o meu pai que qualquer nervosismo maior poderia complicar a situação dele.
Pensei para mim…nada mais pode piorar, não pode, pensei que não conseguia aguentar mais para poder carregar…até que um dia as 5 da manhã o telefone toca…não é normal, mas o marido a trabalhar á noite tudo é possível.
E pronto, ligou para me dizer para não me preocupar, mas estava no hospital, que estava bem mas que não iria chegar a horas a casa, dentro da calma dele lá me assegurou que estava bem para não me preocupar.
Foi o resto por agua abaixo.
Todos os dias a ver o meu pai a ficar mais em baixo, cada vez mais deprimido por saber que a sua vida deu uma volta de 180 graus, o meu irmão no hospital, o marido bem mas chegou o susto, que mais poderia vir, onde arranjar força para me manter á tona de agua? Como?
Por estas razões todas sai um pouco de cena nos últimos tempos e por isso as minhas publicações têm sido em numero menor, fui-me abaixo.
Mas a pouco e pouco e com ajuda daqueles que estão á minha volta, escalei este muro que me levava cada vez mais a um estado de depressão e dor, mesmo que durante esse caminho tenha afastado aqueles que mais próximos estão de mim e que mais me apoiam, até mesmo quando não estou com paciência para ninguém.
Em Maio por muita insistência, principalmente por parte do meu pai, comecei a tirar a carta de condução, nos primeiros meses tudo estava a ir bem, no entanto tive que parar, até estar tudo resolvido, e que acredito que esteja quase, achei que não me consegui concentrar na carta e achei melhor voltar depois de tudo isto.
No meio disto tudo estavam os meus objetivos a nível físico, e treinar? Força? Empenho? Onde encontrar tudo isso? Por vezes sem vontade nenhuma, sem motivação nenhuma, mas não parei, aproveitei momentos em que deveria estar a descansar para libertar um pouco todo esse stress que ia em mim e fui treinar…sozinha.
Tenho que agradecer ao Paulo Fernandes, que me acompanha, o qual mesmo quando eu perdi a esperança e eu me ter considerado um caso perdido, ele esteve lá com paciência e virou o jogo, conseguiu motivar-me para continuar em frente e melhorar, mostrou-me o caminho a seguir.
Estou aqui para motivar e incentivar, no entanto a vida não é um mar de rosas como nós gostaríamos, sei que me perdi um pouco nas entrelinhas nos últimos tempos, e a parte de motivar e incentivar perdeu-se um pouco, mas a pouco e pouco estou a voltar e sabem que podem contar comigo para o que precisarem.
Apesar de por vezes ter olhado para dentro e parecer ver-me a desistir de tudo, entendo que se desistimos de nós, desistimos de todos aqueles que mais amamos e daqueles que contam connosco para tornar um pedacinho do dia deles em algo melhor, por muito pequeno que seja esse pedaço, nós bocadinho a bocadinho fazemos bem á vida uns dos outros.

Sei que este não é um tópico que tenha por habito abordar aqui, mas, quis partilhar um pouco daquilo que tem sido a minha vida e estado de espirito nos últimos tempos.


Obrigado por estarem ai……..


1 comentário:

  1. Só consigo lhe desejar muita força!! Sei que não é fácil, mas desistir não leva a lado algum! Por isso, siga para frente sempre de cabeça erguida!

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