Não foi um ano fácil, muito pelo contrário,
foi difícil em tantos e tantos aspectos, tive a experiência de terminar a carta
de condução, tantas vezes a quis tirar, que este ano logo no mês de Janeiro a
conclui, finalmente, o mundo abria as portas a mim, imparável…ou mais ou menos
imparável, também não ia assim para tão longe.
Logo a seguir a operação delicada ao meu
pai, um misto de emoções, em que a preocupação com ele se misturava com o
aquilo que nunca antes tinha ligado, os nossos pais envelhecem, apesar de que o
problema não era originado pela idade, mas de repente tudo me caiu e fiquei a
ver o meu “forte como uma montanha” pai, ali numa cama de hospital, melhorou e
mostrou a força que sempre teve, saiu do hospital qual lutador que venceu uma
luta com um leão e lá seguiu o caminho dele.
Neste mesmo ano, voltei a saber o que era
ter dois empregos, a luta constante, mas desta vez ia por a minha própria carta
ao barulho, segundo emprego em que ia dar uso á carta, bem numa altura em que
tinha 3 meses de carta, nem sei se foi um risco, se foi tolice, mas o que é
certo é que foram dias de descoberta, tanto pessoal, como profissional, ganhei
experiência e percorri o Algarve de lés a lés, e também algumas zonas de Espanha em que até que
numa dessas viagens andei 6 horas perdida. Passado uns dias o meu tesouro mais novo vai também
parar ao hospital e fica internado.
A meio separei-me e optei por seguir o
meu caminho lado a lado com a minha própria pessoa, foi diferente, passados 9
anos de viver com alguém, começar a ter que ser duas pessoas numa só, mais um
teste que fiz a mim própria.
Como só um teste não me chegava optei por
ter apenas um emprego, não era feliz no trabalho que tinha, sentia-me
pressionada, sempre controlada de forma excessiva, criticada por tudo, mas
temos que ser diferentes, olhei para mim e vi o meu valor pessoal, não quis que
constantemente me fizessem questionar o meu profissionalismo ou o meu carácter
pessoal, mais uma vez optei, bem ou mal, tinha que ser feliz, sai. Não me
arrependo, ganhei paz.
Como a saúde já tinha marcado o ano com o
pai, e o meu filho mais novo, foi a vez da minha mãe, fiquei de rastos novamente, também ela uma
pessoa sempre forte e de repente ali, numa cama de hospital, perdi-me sem saber
o que fazer, nem como fazer para a poder ajudar, fiquei sem rumo. Claro que os
nossos pais como sempre, ajudam-nos a encontrar novamente o caminho e ela
própria me mostrou que por muito que vamos ao fundo do poço, o caminho seguinte
é sempre para cima, e conseguimos, ela melhorou e nela vi as palavras que antes
me tinha dado e ganhei força para continuar.
Sou mãe de dois e luto diariamente para que
os meus filhos sejam as crianças felizes que são, encontrei paz e descanso numa
ilha só minha, numa luta diária por ser feliz e sou. Tive de Maio até Setembro sem treinar, não tinha qualquer motivação, o que me interessava era que nada faltasse aos meus, mas senti muita falta do meu bocadinho onde me dedicava apenas a mim.
Termino o ano com uma mensagem, não temam,
optem por serem felizes e sejam felizes todos os dias. Tenham objectivos mas
sejam felizes até os alcançarem, lutem com persistência.
Sejam vocês próprios, não aquilo que os
outros querem que vocês sejam.
Tenham um óptimo 2018 e que o ano vos traga
tudo de bom e principalmente.
Sejam felizes.